“Combater a desinformação pela educação”. Esse foi o tema e objetivo principal das discussões realizadas durante o TechCamp, realizado pelo Instituto Palavra Aberta em parceria com o Consulado Geral dos Estados Unidos nos dias 7 e 8 de fevereiro, na cidade de São Paulo. O evento estabeleceu uma extensa programação sobre o assunto e reuniu, durante dois dias, 48 participantes das áreas de educação, jornalismo, tecnologia, sociedade civil e empreendedorismo social, das cinco regiões do país, além de educomunicadores. Com o objetivo de discutir e propor soluções para o problema da desinformação, o TechCamp apresentou formas inovadoras para pensar a Educação no contexto das mídias e circuitos informacionais, considerando os novos públicos das redes e suas localidades.

Nos debates do evento, a Educomunicação foi apresentada em seus diferentes aspectos e frentes de atuação. Carlos Lima, coordenador do Núcleo de Educomunicação da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e associado da ABPEducom, foi um dos convidados a integrar o conjunto de participantes. Além de sua contribuição nos trabalhos em grupos, ele garantiu a participação de estudantes e professores do Imprensa Jovem, que realizaram a cobertura educomunicativa durante os dois dias de encontro. A participação de pessoas de diferentes lugares sociais é, para Lima, uma das grandes virtudes do TechCamp. “Transformamos aquilo em uma escola, e não um shopping center onde cada um tem e defende sua própria lojinha. Como um barracão de escola de samba, todo mundo esteve junto e construiu juntos. Todos ali foram educomunicadores”, acrescenta.

Estudantes do projeto Imprensa Jovem fazem entrevistas com participantes do TechCamp Brasil

A vice-presidente da ABPEducom e também consultora para a Unesco no Brasil, Maria Rehder, participou do evento e ressaltou como fundamental o envolvimento dos associados da Associação nas iniciativas de combate à desinformação promovidas pelo Instituto Palavra Aberta. “A Educomunicação nos currículos da educação básica é sem dúvidas um caminho certeiro para formar professores aptos a desenvolver um trabalho pedagógico transformador, voltado ao desenvolvimento das habilidades de educação midiática previstas na BNCC e para a promoção de uma mobilização para o combate à desinformação realizada a partir dos estudantes, com impacto em toda a sua comunidade”, avaliou. 

Durante o encontro, Patrícia Blanco, presidente do Instituto Palavra Aberta, instituição parceira da ABPEducom em diversos programas e ações, ressaltou a importância da educação midiática para o combate à desinformação, apontando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como uma oportunidade que demanda às escolas brasileiras preparo e planos de ações para lidar com a temática. Em relação à ocasião, Blanco destaca a importância de reuniões como a do TechCamp para discussão da Educação em nível nacional: “O resultado [do evento] foi fantástico, sem contar a construção de uma rede de especialistas capazes de criar soluções inovadoras para disseminar a prática da educação midiática em todo o Brasil”. 

O TechCamp é um programa do Departamento de Estado dos Estados Unidos que conecta especialistas em tecnologia do setor privado com jornalistas, educadores, representantes de ONGs e da sociedade civil para debater questões e explorar   soluções tecnológicas inovadoras para enfrentar problemas contemporâneos. O programa foi criado em 2010 e já ofereceu treinamento para mais de dois mil participantes em mais de 110 países. Realizado em São Paulo pela primeira vez, a edição brasileira é especialmente dedicada ao combate da desinformação.

O Instituto Palavra Aberta desenvolve, além do TechCamp, outros programas de educação midiática, como o Educamídia, dedicado à capacitação de professores e estudantes com o apoio da fundação Google.org.

Imagens: TechCamp / Divulgação

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2 respostas a “Educomunicadores participam do primeiro TechCamp de combate à desinformação no Brasil”

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