Na última quarta-feira do mês de março (27), foi realizado em Cuiabá o evento de lançamento do Projeto Caminhos das Águas: Fortalecendo fazeres e saberes artísticos e culturais, iniciativa oriunda de uma parceria entre o Ministério da Cultura (MinC), a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Fundação Uniselva com apoio da ABPEducom. O projeto, que também conta com a parceria de outras universidades brasileiras, consiste na promoção e fortalecimento de percursos formativos artístico-culturais em locais afastados de grandes centros urbanos do país.  

O seminário, dedicado à apresentação da iniciativa e sua importância ao público geral, contou com falas de Luciene Carvalho, presidente da Academia Mato-Grossense de Letras; Fabrício Carvalho, Pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência da UFMT; Alicce Oliveira, narradora de histórias e professora; Naine Terena, diretora de Educação e Formação Artística do MinC; Amanda Cuesta, curadora educativa e pesquisadora; e uma participação em vídeo da Ministra da Cultura, Margareth Menezes, que ressaltou a intrínseca relação entre educação e cultura. Além disso, Ismar de Oliveira Soares e Mauricio Virgulino Silva, presidente e vice-presidente da ABPEducom, respectivamente, também participaram do evento como palestrantes. 

Em sua fala, Ismar Soares apresentou reflexões sobre o conceito da Educomunicação e sua importância, trazendo também exemplos práticos de como a área pode contribuir em iniciativas como o projeto Caminho das Águas. Já Maurício Virgulino, que é também, em conjunto com Amanda Cuesta, coordenador educativo do projeto, apresentou ao público como se dará o processo de formação da iniciativa, que acontecerá em dez localidades no Brasil, sendo  três delas no norte do Brasil, três no Nordeste, duas no Centro-Oeste, um no Sudeste e um no Sul, priorizando sempre espaços afastados dos grandes centros. Em relação a isso, o vice-presidente da ABPEducom destacou: “O nosso objetivo vai ser atender, principalmente, populações quilombolas, indígenas, ribeirinhas, populações das periferias do Brasil.”

Da esquerda para a direita, vê-se: 1) Momento da fala de Maurício Virgulino Silva 2) Marcela Brito, coordenadora do Núcleo Regional de Mato Grosso da ABPEducom, junto de Ismar de Oliveira Soares e Mauricio Virgulino Silva, presidente e vice-presidente da associação 3) Momento da fala de Naine Terena, diretora de Educação e Formação Artística do MinC

O envolvimento da ABPEducom na iniciativa teve início em 2023, com a trilha formativa “Educação dos Sentidos para Fazer Sentido”, curso promovido pelos Ministérios da Cultura e da Educação com o apoio da associação, e se extenderá no projeto Caminhos das Águas. O curso, cujos módulos foram estruturados por artistas e educadores experientes, aborda a relevância da Arte enquanto ferramenta de percepção do mundo e diálogo. A conexão entre a arte e a Educomunicação é explorada através de conteúdos que englobam contação de histórias, poesia, produção audiovisual e a denominada “cultura maker”. Os módulos do curso, que compartilharão com os cursistas as vivências e conceitos delimitados pelos profissionais, orientarão os participantes ao desenvolvimento de ações práticas a nível local. 

De acordo com Mauricio Virgulino, a atuação da ABPEducom no projeto será direta, e a iniciativa como um todo segue princípios educomunicativos. “A gente vai levar a formação de Arte, Educação, com viés da Educomunicação para localidades nos interiores do Brasil, onde, em geral, tem-se menos acesso às políticas culturais, às verbas da cultura e às verbas públicas em geral. Nós vamos ter toda uma base da Educomunicação nesse projeto, trazendo essa relação, da Arte e a Educação com Educomunicação. Vamos trabalhar com Cultura das Infâncias, Cultura Alimentar, Poesia, Hip Hop, planejamento de projetos culturais. Um dos objetivos é que, também, as pessoas desenvolvam projetos culturais nas suas localidades”, destacou.

Já Sores destaca que, ao apresentar a Educomunicação aos participantes da sessão de lançamento do projeto, usou de uma figura poética para identificar a singularidade da prática educomunicativa no programa Caminho das Águas, afirmando que os procedimentos educomunicativos poderiam ser identificados e comparados com o emprego dos remos que nas mãos dos barqueiros movimentam as canoas que singram o caudaloso rio da cultura, no interior do Brasil: “Todos participam, a partir de seus espaços e de forma sincronizada, na implementação de ações comunicativas voltadas a valorizar e fortalecer fazeres e saberes próprios das culturas interioranas, em benefício do desenvolvimento arte local e da cidadania”, afirmou o presidente da ABPEducom.

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