A recém-nascida Rádio Cafundó, estação comunitária da região do Cariri (CE), é exemplo da união da teoria com a prática. Enquanto colocam o som para tocar, seus integrantes participam de formações por eles mobilizadas. Entre elas, a “Formação Continuada em Linguagem Midiática”, na qual o professor e radialista Jesualdo Freitas, associado da ABPEducom, leciona conteúdos sobre linguagem de rádio e Educomunicação.

Locução e voz, entrevista, gestão da comunicação, de infraestrutura e linguagem são os tópicos que formam as quatro aulas da capacitação oferecida pelo educomunicador. Durante os encontros, o conceito de Educomunicação também está sendo debatido. Para Freitas, a atuação da rádio, formada por coletivos, está alinhada à abordagem educomunicacional por conta de seu viés comunitário. 

Para preparar o programa do curso, o radialista incluiu as necessidades e demandas dos participantes, como dicas de cobertura de eventos e texto para conteúdo em áudio. “Utilizei a descrição dos diferentes coletivos que constituem a rádio, já publicados em seus sites, para transformá-los em textos para rádio”, conta Freitas sobre uma das atividades propostas. 

As aulas são realizadas em formato virtual, sendo a última programada para 10 de junho. A formação em linguagem midiática está sendo mediada pela ONG Comundos, na qual Freitas atua como radialista. 

Rádio Cafundó

Direto de Mutirão, comunidade da cidade de Crato, na região do Cariri, a Rádio Cafundó foi criada, em 2021, pelo Coletivo Ensaio Aberto Break Dance, junto a outros coletivos e associações, por meio de edital da Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará.

Transmitida em plataforma virtual e rádio-poste, instalado no local, a iniciativa comunitária aposta em programação voltada para democratização cultural e promoção de pautas sobre direitos humanos e movimentos sociais. 

A grade já conta com cerca de 12 programas de temáticas diversificadas. O “Postim Cultural” anima as tarde de sábado com leituras, entrevistas e atividades para público infantil. Histórias de heróis e heroínas negros são o foco do “O Ipade Dudu Ni Ilê”, apresentado por quatro mulheres. Já o “Baú das Antigas” transporta o ouvinte ao passado com músicas antigas que marcaram época. A programação e outras formações da rádio podem ser conferidas no site e mídias sociais.

Ilustração: Freepik

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