O projeto  Memórias em Rede, do Instituto Devir Educom, realizou um encontro no último dia 6 de dezembro, no Museu da Imagem e do Som de Santos (MISS), para comemorar o encerramento do ano letivo com os jovens participantes das escolas municipais Vinte e Oito de Fevereiro e Avelino da Paz Vieira. Ismar de Oliveira Soares, presidente da ABPEducom, ministrou uma palestra na ocasião, além de participar de um bate-papo com os jovens participantes. Estiveram prestigiando o evento os representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA-Santos), Wilson Bregochi e Robson de Souza Pereira, além da educadora Renata Alves de Andrade Haiek, da UME Avelino da Paz Vieira.

O  Memórias em Rede leva o jornalismo, a educação midiática e aspectos da memória individual, coletiva e social para espaços formais e não formais de ensino, sob a perspectiva da Educomunicação, abordando também o consumo consciente e uso responsável das distintas plataformas de mídia. Em oficinas de escrita criativa, fotografia, rádio, vídeo e mídias sociais, os participantes criam e experimentam espaços de expressão, exercitam a cidadania, se conscientizam sobre o direito à comunicação e a importância do protagonismo. “Todos somos comunicadores e, assim, precisamos criar condições para que as pessoas se expressem. É uma revolução pessoal e fundamental. Esse movimento veio para transformar a maneira em que as pessoas aprendem e ensinam; e ter isso desde pequeno muda a visão da criança e do adolescente sobre o mundo”, explicou Soares.

Ismar de Oliveira Soares em bate-papo com os jovens do projeto Memória em Rede

Em nota, Andressa Luizirão, gestora, jornalista e educomunicadora do Instituto Devir Educom, reforça a importância do encontro e da presença do presidente da ABPEducom. “A partir dessa construção ao longo do trabalho da equipe Devir com os jovens, o encontro com o pesquisador não poderia ter sido diferente: memorável! Eles organizaram a coletiva de imprensa, se expressaram pela música e paródia de autoria deles, e ainda pela arte mostraram a criatividade e sua visão de mundo pela colagem e por poemas”.

A aluna Ana Luiza Silva (15), da UME Vinte e Oito de Fevereiro relata sua experiência com o encontro. “Quando vi do que se tratava o projeto, me apaixonei. Ao longo desses anos a experiência foi maravilhosa e todos os trabalhos são incríveis. O Memórias em Rede me ajudou a saber a profissão que eu quero seguir e a desenvolver meu lado pessoal”. Vencer a timidez foi a grande conquista para Vanessa Lustosa (15), da mesma escola. “Estou há três anos no projeto e toda a minha participação foi maravilhosa. Quando eu entrei eu era bem tímida e consegui desenvolver minha comunicação, além de conhecer pessoas maravilhosas. Queria continuar no projeto, pois gosto bastante da mensagem que ele passa para as crianças. Mas estou orgulhosa da minha trajetória”.

Memórias em Rede é presença no âmbito escolar

Uma visão mais distanciada do trabalho educomunicativo se faz necessária também pela equipe escolar que acompanha o desenvolvimento do projeto, com o conhecimento dos alunos antes, durante e ao final após conclusão da participação no Memórias em Rede. “O trabalho do Instituto Devir já faz parte da nossa identidade como escola”, afirma a diretora da escola Vinte e Oito de Fevereiro, Luciane Ladislau. Segundo ela, o Memórias em Rede alcança muito dos objetivos a partir da sensibilidade da equipe do Devir que cativa os alunos para o desabrochar. “A gente percebe no aluno uma exposição de afeto; é como se ele se abrisse para sentir todo o entorno dele e todo o contexto em que está inserido. Isso reflete nas ações cotidianas, dentro da unidade escolar: se tornam mais falantes e participativos. Apresentam posturas mais coerentes com suas falas. É realmente uma vivência inesquecível.”

Crianças memoráveis: Desde agosto, o projeto atende a entidade Casa Vó Benedita, instituição de Santos que acolhe pessoas de até 17 anos em creche e abrigo. Assim como a diretora da escola, a coordenadora Roberta Paulino afirma que o desenvolvimento das criança foi perceptível com a Educomunicação. “Muitos chegavam retraídos e agora já se expressam melhor. Todos querem participar. Fico muito feliz em ver a evolução e a devolutiva das famílias, que começam a participar aos poucos”.

Saiba mais sobre o Devir Educom: Criado em junho de 2018, sob o pilar da Educomunicação, o Instituto atua em várias frentes e ações na educação formal e não-formal, envolvendo crianças, jovens e adultos. Tem como objetivo contribuir com a construção de ecossistemas comunicativos mais horizontais, dialógicos e criativos no ambiente escolar e com processos de aprendizagem mais significativos nos distintos formatos de sala de aula, tão requeridos pela educação atual.

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