A implementação de práticas educomunicativas em programas de educação ambiental tem crescido exponencialmente nos últimos anos. É o que constata o artigo “Interface entre Educomunicação e Educação Ambiental nas políticas públicas e em teses e dissertações brasileiras”, produzido pelos pesquisadores Claudemir Viana, secretário executivo da ABPEducom, e Beatriz Truffi Alves, especialista ambiental na Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo. 

Publicado no e-book Imaginamundos: interfaces entre educação ambiental e imagens, que está disponível para download gratuito, o texto faz um panorama das relações entre os dois campos de atuação. Os pesquisadores usaram como objetos de estudo a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e políticas estaduais que citam a Educomunicação em seus programas, além de analisar produções acadêmicas que tratam do encontro entre as áreas.

Apesar de o número de pesquisas científicas que abrangem essa intersecção ainda ser tímido, o artigo constatou que o campo é fértil e vem se expandindo nos últimos anos. Exemplo disso é a introdução, a partir de 2014, da disciplina de Educomunicação Socioambiental na grade curricular da licenciatura em Educomunicação da Universidade de São Paulo (USP). Ainda segundo o artigo publicado por Viana e Alves, a produção acadêmica acerca do tema cresceu em 200% nos últimos cinco anos.

No âmbito da aplicação prática em nível nacional, a pesquisa apurou que a Educomunicação passou a integrar o planejamento de políticas públicas de educação ambiental a partir de 2005, sendo citada em normas legais, programas e diretrizes. Atualmente, dentre os 21 estados que possuem textos oficiais relativos a essas políticas, seis incluem o termo “Educomunicação”: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Paraná, São Paulo e Sergipe.

Com o intuito de sintetizar as informações encontradas, os pesquisadores incluíram no artigo uma tabela (página 131) mostrando as relações entre as áreas de intervenção e as contribuições da Educomunicação à educação ambiental. Por meio de práticas como a produção midiática, os projetos incentivaram a formação de cidadãos atuantes e com visão crítica, o protagonismo dos estudantes e a democratização da comunicação.

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