A edição deste ano do Curso de Aperfeiçoamento em Educomunicação: Conceitos e Práticas, promovido pela ABPEducom e realizado no formato EaD no período de 28 de março a 22 de junho, encerrou com mais uma turma formada: 37 dos 40 cursistas foram aprovados.

“Ter em torno de 90% de finalização do curso é algo extraordinário”, considera a coordenadora pedagógica e diretora de Assuntos Profissionais e Formação Continuada da ABPEducom, Michele Marques Pereira. Para ela, a conquista se dá pelo trabalho entre a Instituição, os mediadores e os cursistas, associado à abordagem dialógica própria da Educomunicação na promoção de um ambiente horizontal e transversal.

Durante 25 encontros, os cursistas tiveram a oportunidade de vivenciar e de entrar em contato com os fundamentos do campo de interface entre a Comunicação e a Educação. “Trabalhamos os conceitos e as práticas educomunicativas desenvolvendo temas como rádio, artes visuais, cineclube, música, história em quadrinhos, dentre outros”, conta o professor Doutor Maurício Virgulino Silva, um dos docentes.

A dinâmica de aperfeiçoamento refletida nos trabalhos finais e nas experiências dos cursistas

Em um trimestre, a teoria e a prática foram trabalhadas com os cursistas em três módulos. “No primeiro módulo, a gente trouxe os conceitos centrais da base teórica e epistemológica [da Educomunicação] bem como práticas também. Já no segundo módulo, tivemos a práxis com os laboratórios e o terceiro módulo foi de intervenção social, pensando em estruturar o projeto de conclusão do curso”, explica Pereira. 

De acordo com a coordenação pedagógica do curso e a vice-diretoria da ABPEducom, a forma como todo conteúdo foi conduzido foi propositiva para turma, especialmente nos trabalhos realizados durante os encontros e também os entregues ao final do último módulo. “Os grupos conseguiram se organizar em diferentes localizações geográficas, trazendo cada um a sua experiência”, aponta Silva. A gente vai dando subsídio e vai alimentando com atividades e ideias que visam contribuir para que eles se reconheçam enquanto turma”, complementa Michele. Um desses grupos, apresentou o trabalho “Fórum de comunicação e informação ambiental”. As informações contidas no próprio site explicam que “o fórum é um espaço para debater a democratização e o acesso à informações e práticas relacionadas à educação ambiental e comunicação popular”. 

O comunicador popular Adair Aguiar conta que a proposta do trabalho conversa com a área profissional de processos educativos ambientais vinculados ao licenciamento ambiental federal, a qual ele atua. “O fórum é essa dimensão minha enquanto pesquisador, enquanto comunicador popular que já venho pesquisando sobre esse campo, produzindo alguns materiais teóricos a fim de encontrar melhores condições para que tanto as informações sobre os danos ambientais, os riscos, provocados por diversas indústrias, que são licenciadas pelo poder público, tenham fácil circulação e acesso”, explica o cursista.

Para a educadora Josete Zimmer, a experiência de participar do curso e integrar o grupo do Fórum trouxe novos olhares. “O meu interesse no curso, foi para atualizar conceitos e adquirir novas práticas a fim de adaptá-las no contexto escolar. Esse curso não só é só importante para educação, mas também para outras áreas”, afirma. 

“O curso ajudou a me atualizar em relação a epistemologia da Educomunicação e suas áreas de intervenção, mas sobretudo deu oportunidade de conhecer as experiências em educomunicação que estão sendo realizadas nas demais regiões do País”, diz a jornalista Vânia Oliveira. 

Sobre a turma de 2023

Com as aulas realizadas em formato 100% online e ao vivo, foi possível reunir cursistas de 18 estados e 39 municípios brasileiros, além da participação de uma cursista Uruguaia. 

Na edição deste ano uma das novidades foi a ampliação de bolsas destinadas às políticas afirmativas. No total, foram ofertadas 11 bolsas integrais para jovens de até 29 anos, que correspondiam a ao menos duas das seguintes categorias: 1. Usuário do Suas (Sistema Único de Assistência Social); 2. Grupos tradicionais e específicos; 3. Pessoas negras; 4. Quilombolas; 5. Indígenas; 6. Imigrantes; 7. Comunidade LGBTQIA+; 8. Pessoas com deficiência(s); 9. Pessoas em situação de vulnerabilidade social. 

O curso contou, também, com a participação de 27 docentes membros da Associação. “É um movimento de valorização e de integração dos associados da ABPEducom que, ao longo dos 25 encontros, trouxeram uma diversidade de conhecimentos, de reflexões e de dedicação, porque a gente teve uma grande entrega de cada docente”, finaliza Michele. 

 

Tem uma sugestão de pauta? Envie para [email protected]