O Governo do Estado do Mato Grosso do Sul lançou no fim de novembro o edital de seleção para bolsistas do Programa Cidadania Viva. O projeto, conduzido pela Secretaria de Estado de Cidadania e Cultura (Secic), utiliza a Educomunicação na formação de monitores sociais a fim de desenvolver junto à população atividades educativas, artísticas e culturais aliadas às ações de exercício da cidadania. O programa também está alinhado com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

As bolsas são destinadas para residentes da cidade de Campo Grande (MS), com idade entre 16 e 29 anos, estudantes das redes de ensino pública ou privada e que não sejam beneficiários de qualquer tipo de bolsa ou de auxílio financeiro do estado, entre outras especificidades.

As inscrições estão abertas até o dia 12 de dezembro de 2021 e podem ser realizadas no site da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDECT). São oferecidas 71 vagas para as modalidades de monitores sociais, supervisores, coordenadores-regionais e coordenador-geral, as quais requerem diferentes níveis de escolaridade e disponibilidade de horário. Os valores das bolsas variam entre R$ 700 e R$ 4.200.

Origem do programa

O Programa Cidadania Viva foi instituído por meio da Lei nº 5.733, sancionada no dia 7 de outubro pelo governador Reinaldo Azambuja Silva. A lei destina recursos públicos, em forma de bolsas, para formar jovens estudantes acerca de temática educomunicativa em benefício da prática cidadã. 

Conforme o artigo 3º, o Programa Cidadania Viva abrange as seguintes práticas:

I – “Vozes Cidadãs”, que tem por objetivo levar conhecimento para a população com base nos princípios educomunicativos, com destaque para produção de informativos, nos formatos de áudio, vídeo, texto, fotografia, cobertura e realização de eventos em espaços públicos nas comunidades; 

II – “Prosa Cidadã”, que tem por objetivo incentivar o diálogo, mediante a técnica de “rodas de conversa”, a serem utilizadas em comunidades, universidades e segmentos sociais;

III – “Pontes para Cidadania”, que resultará na utilização de espaços públicos para a disseminação da arte, cultura e cidadania, utilizando a expressão comunicativa por meio das artes e das práticas de muralismo;

IV – “Rota Cidadã”, que tem por objetivo fomentar o conhecimento da história do Estado, mediante divulgação de informações das comunidades indígenas e quilombolas, dos sítios arqueológicos, dos movimentos comunitários e de pontos históricos.

Educomunicação no ensino, pesquisa e extensão da UFMS

A Educomunicação tem sido trabalhada em várias atividades da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e em diversas escolas públicas e particulares. Desde 2019, por exemplo, já foram defendidas três dissertações de mestrado e outras três estão em desenvolvimento sobre o tema no Programa de Pós-graduação em Comunicação da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação.

Outra iniciativa é o projeto de extensão Prática Educomunicativa: Repórter Júnior, que teve a quarta edição realizada neste ano e trabalha a interface da Comunicação e Educação junto a alunos do Ensino Fundamental e Médio das escolas da rede pública e particular de Campo Grande. Ao longo desse período, mais de 100 escolas e 150 alunos participaram diretamente do projeto, que promove a cobertura jornalística durante o maior evento científico de Mato Grosso do Sul, o Integra UFMS.

Todas as ações na UFMS fazem parte do projeto de pesquisa “A contribuição da Educomunicação para o Ensino Superior”, sob a coordenação da professora e associada da ABPEducom Rose Mara Pinheiro. Ela lidera o grupo de pesquisa Comunicação e Educação, conhecido como Clube da Educomunicação. Além disso, desde 2017, duas disciplinas na temática educomunicativa são oferecidas na UFMS: uma na graduação de Jornalismo e outra na pós-graduação de Comunicação, intituladas Mídia-Educação e Alfabetização Midiática e Informacional. 

Os alunos Alison Lima Amaral Moreira, na época com 13 anos, e Pedro Gabriel Pereira da Silva, na época com 8 anos, atuaram como repórteres juniores na edição de 2019 na escola municipal Professor Licurgo de Oliveira Bastos, situada em Campo Grande (MS).

Imagem em destaque: Divulgação/Governo do Estado de Mato Grosso do Sul

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