O distanciamento social imposto pela pandemia tem feito jovens do ArquePerifa, coletivo de Educomunicação atuante nos bairros Parelheiros e Marsilac, na zona sul de São Paulo, buscar novas maneiras de continuar as atividades. Pensando na necessidade de aprender mais sobre conceitos e práticas educomunicativas, o grupo contatou o especialista Bruno Ferreira, associado da ABPEducom, para elaborar uma formação. O convite resultou no curso “Educomunicação em projetos de intervenção”.

A partir das demandas do coletivo, Ferreira – que também é consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) no Brasil, na temática de Educação Midiática – promoveu uma capacitação com 10 horas de duração, sendo seis horas direcionadas a teorias e conceitos e quatro horas de mentoria na elaboração de ações educomunicativas. As atividades foram divididas em três encontros virtuais e os participantes receberam certificados da ABPEducom.

Segundo Ferreira, as aulas foram férteis e resultaram em um projeto que já foi enviado para um edital. A ideia passa por uma “formação educomunicativa para moradores de Parelheiros, com o objetivo de resgatar a memória da região a partir das identidades e experiências dos participantes desse processo”, explicou o educomunicador à Agência Jovem de Notícias. Ele também contou que está conversando com mais um coletivo, o Outras Literaturas, que soube da formação e se interessou em implementá-la.

ArquePerifa 

Composto por jovens periféricos, o ArquePerifa é Inspirado pela visão de que inserir a juventude na produção de conteúdos que conversem com questões tangentes à sua realidade pode desenvolver o potencial e o pensamento crítico. No início de 2020, o grupo participou do percurso formativo do projeto Chama na Solução, uma iniciativa global criada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e implementado no Brasil pela Viração Educomunicação, parceira da ABPEducom.

Com o objetivo de fomentar o desenvolvimento da região e da comunidade, o coletivo promove atividades de intervenção fundamentadas em três pilares: o território educador, o engajamento da juventude periférica e a cura pelas bordas, sendo este último preceito guiado pela noção de que a resolução de problemas sociais passa pela construção de conhecimento nas margens da cidade.

Uma das ações recentes do grupo é a criação do podcast Lugar de Quarentena, que compartilha reflexões sobre os impactos do Covid-19, partindo das vivências das periferias. Atualmente, o ArquePerifa está promovendo uma campanha de arrecadação para construir o Labi², Laboratório de (In)Formação e Inovação, espaço que oferecerá formações educomunicativas para incentivar o protagonismo da juventude e fortalecer a participação cidadã. A ideia surgiu a partir da imersão formativa do Chama na Solução e a iniciativa foi fomentada pelo Unicef com um capital-semente.

Tem uma sugestão de pauta? Envie para [email protected]