O projeto Educom.UFU, desenvolvido por estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi premiado na categoria “Produção Jornalística para Mídias Digitais” do Prêmio Expocom durante o 28º Congresso de Ciências da Comunicação da Região Sudeste (Intercom Sudeste 2025), realizado entre os dias 15 e 17 de maio de 2025, na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). No ano em que a edição sudeste da Intercom bateu seu recorde de inscrições, a iniciativa mineira que une educação, comunicação e jornalismo sob a perspectiva da Educomunicação destacou-se entre diversos projetos, conquistando reconhecimento regional e se classificando para a etapa nacional do congresso, que ocorrerá em Vitória (ES), em setembro deste ano.

Com orientação da professora Diva Souza Silva, o projeto comandado por Ana Clara de Angelis, Davi de Almeida e Sophia Fonseca se propõe a viabilizar, documentar e divulgar projetos, pesquisas e ações que, de diferentes formas, dialogam com as relações entre educação e comunicação. A iniciativa, que revitalizou um projeto preexistente da universidade, apostou em uma abordagem criativa para angariar o engajamento de novos públicos por meio de plataformas digitais, como um perfil no Instagram, e um site reformulado, onde produzem e divulgam conteúdos digitais informativos. 

Tendo como fio condutor a produção teórica do educador brasileiro Paulo Freire, o projeto busca aliar a acessibilidade do conteúdo, a qualidade técnica dos materiais e a aproximação das produções com os públicos aos quais elas se destinam. “A ideia é que fosse um perfil leve, de fácil acesso, mas ainda assim, com um compromisso didático, um compromisso ético, sem que a gente banalizasse a informação, mas também não fosse nada muito engessado. Partimos de uma visualidade muito chamativa, com muitas brincadeiras visuais, tudo isso também mantendo um bom humor, em alguns dos casos, para mostrar que Educom é pop também”, destaca Davi de Almeida.

Ana Clara de Angelis, responsável pelo gerenciamento das redes do projeto, destacou que uma característica fundamental do Educom.UFU é o processo coletivo que orienta a composição dos conteúdos. “Nós somos um grupo em que cada um tem sua função, o Davi trabalha com o design, as concepções imagéticas, eu faço o gerenciamento das mídias, compartilho, interajo com as pessoas, e a Sofia é a nossa redatora. Mas é muito importante ressaltar que, apesar de cada um ter seu papel delimitado, mesmo para tomar decisões dentro de nossas área de atuação, sempre dialogamos, trabalhamos juntos, pedimos opiniões uns dos outros. O que é importante, porque a gente fala sobre Educomunicação, nós utilizamos esse nome, então também nos valemos de seus princípios”, defende a estudante.

A inscrição do projeto na Intercom Sudeste, de iniciativa dos próprios estudantes, e que eventualmente levou à premiação do Educom.UFU, também foi uma forma de divulgar a proposta para cada vez mais pessoas. “A Educomunicação deve sair dos muros das escolas/faculdades, precisa ocupar esses novos espaços midiáticos, de forma a dialogar diretamente com as vivências das pessoas, ou seja, em uma linguagem consciente que contribua para o protagonismo desses indivíduos. Nosso compromisso, para além dessas comunidades que temos contato, também é fazer com que o projeto chegue a mais vozes e mais olhares”, afirma Sophia Fonseca.

Celebrando o reconhecimento da iniciativa, a professora Diva Silva destaca que o projeto segue em expansão, com o denominado “Boca Livre”, que pretende promover oficinas sobre processos comunicativos para estudantes de ensino médio no contraturno de uma escola pública, atividade que está em fase de finalização. “É de ‘um sabor muito bom’ essa premiação e mais ainda por colocar a Educomunicação em um lugar ‘de igual para igual’ no sentido de habilidades jornalísticas, um jornalismo que pensa a partir dos sujeitos, um jornalismo que é emancipatório,” ressalta a docente.