As mudanças climáticas estão causando danos profundos e crescentes à saúde humana. Eventos extremos recentes – e cada vez mais frequentes –, como a tragédia climática do Rio Grande do Sul, são exemplos concretos do quanto a crise climática coloca em risco todas as formas de vida. As políticas públicas brasileiras existentes hoje no país conseguem assegurar soluções para essas questões? Esse relatório de pesquisa revela que ainda há muito a avançar para que isso se torne possível, mostra as barreiras existentes e aponta possíveis caminhos, estratégias e oportunidades.

O lançamento do relatório nacional da pesquisa “Avanço e integração das políticas de saúde e clima no Brasil: Percepções de stakeholders brasileiros” será no próximo dia 4 de fevereiro de 2025, das 14h às 16h30, na sala Alfredo Bosi, no Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA-USP), na Cidade Universitária, em São Paulo. O evento terá transmissão online ao vivo pelo canal do YouTube do Saúde Planetária Brasil – CLIQUE AQUI PARA ACESSAR

A pesquisa foi conduzida, no Brasil, por três pesquisadores do grupo Saúde Planetária Brasil, sediado no IEA-USP – Daniela Vianna e Patrícia Zimermann, ambas pós-
doutorandas do IEA, e António Mauro Saraiva, coordenador do grupo e da pesquisa no Brasil. O estudo foi liderado pelo Center for Climate Change Communication (4C),
ligado à Universidade George Mason (Virgína, EUA), financiado pela Wellcome Trust, e conduzido em seis países: Alemanha, Brasil, Caribe, Estados Unidos, Quênia e Reino Unido. Cada país lançará o respectivo relatório nacional, e haverá o lançamento de um relatório-síntese, com os resultados multi-países, marcado para as próximas semanas.

Durante as entrevistas, os participantes da pesquisa foram convidados a refletir sobre 1) o atual status nacional sobre como as políticas nacionais de saúde e clima no Brasil estão (ou não) integradas; 2) ideais para a integração das políticas, 3) as barreiras para avançar, 4) as oportunidades para a superação das barreiras e 5) estratégias para avançar na integração das políticas de clima e saúde. Ao sintetizar das percepções desses atores sobre o status atual, ideais para integração das políticas, barreiras, oportunidades e estratégias para superá-las, a análise revelou que as políticas públicas brasileiras existentes não conseguem assegurar soluções para os problemas decorrentes das mudanças climáticas. “Há um consenso de que as políticas deveriam estar mais conectadas, potencializando benefícios mútuos para as áreas de saúde e clima. Porém, muitos apontam barreiras para essa integração, como falta de planejamento estratégico e de percepção de riscos, ausência de dados, polarização política, defesa de interesses adquiridos, silos e falta de diálogo entre órgãos governamentais e setores da sociedade e limitação de recursos e financiamentos”, escrevem os autores.

Dentre as recomendações dos próprios entrevistados para a integração das políticas de clima e saúde estão: melhorias na comunicação e na educação; ampliação na produção e disseminação de pesquisas e dados sobre os impactos do clima na saúde e na economia, bem como sobre os benefícios da ação climática para a saúde e outras áreas; e o fortalecimento da governança política para um planejamento integrado de país. Sobre o lançamento No evento, os autores apresentarão os resultados da pesquisa e contarão com convidados especiais para oferecer feedback e enriquecer o debate. Os especialistas irão compartilhar suas perspectivas sobre os temas abordados no estudo, refletindo sobre sua aplicabilidade em suas práticas profissionais. Discutirão, também, quais resultados merecem destaque e quais estratégias apresentadas no estudo são factíveis de serem implementadas no Brasil no curto, médio e longo prazos. O evento de lançamento é gratuito e aberto ao público. Para acompanhar a transmissão ao vivo, basta acessar o link. Participe e faça parte desse movimento!

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