Comunicar. Interagir. Trocar. Aprender. Educar. Amar. Transformar. Revolucionar.

À primeira vista, pode parecer que esses verbos nada têm a ver uns com os outros, se pensados de maneira objetiva e singularizada. No entanto, este livro busca unir esses infinitivos de modo a colaborar para a afirmação da identidade negra dentro e fora da escola, processo já iniciado por diversos grupos e personalidades da nossa história.

O livro A cor na voz: Identidade Étnico-Racial, Educomunicação e Histórias de Vida, da educomunicadora e jornalista Paola Prandini, tem como base sua dissertação de mestrado, realizada em uma escola municipal de São Paulo, com o objetivo de promover diálogos e reflexões em torno de uma prática educomunicativa possível que colabora para a construção da identidade negra de adolescentes brasileiras
e brasileiros, bem como serve como apoio para a aplicação efetiva da lei federal 10.639, vigente há 15 anos no país.
É na Bienal Internacional do Livro de SP que essas reflexões ganham corpo e se transformam em livro. Paola Prandini lança seu “A cor na voz” no dia 10 de agosto, às 19h, no estande FlinkSampa.

TRECHO DO LIVRO:
“Antes de relatar as impressões dos(as) adolescentes sobre o filme “Jennifer”, registro as perguntas e afirmações redigidas por mim, que provocaram o debate da aula seguinte à exibição do filme “Olhos Azuis”. Ressalto que foram perguntas construídas no momento da exibição, a partir do que ouvia/sentia dos espectadores presentes:

– Qual é o seu sonho? – pergunta baseada no trecho do discurso de Martin
Luther King utilizado no “Olhos Azuis”;

– “O negro é exilado em sua própria terra”, Martin Luther King;

– Faz sentido julgar alguém pela cor dos olhos? E pela cor da pele?;

– Conhecimento é poder?

– Por que não conhecemos muito sobre cultura negra, a partir da escola?

– Por que toleramos o racismo em nosso dia a dia?

– Como é agir como uma pessoa branca?

– Como é agir como uma pessoa negra?

– Você se importa com o racismo no Brasil? O que faz para mudar essa
situação?

– Como vencer, sendo negra, num país em que pessoas brancas têm mais poder?
É possível afirmar que essas perguntas motivaram o debate pós-filme e puderam
levar os(as) estudantes a pensar mais sobre si mesmos(as).”

SOBRE A AUTORA:
Paola Prandini é doutoranda e mestra em Ciências da Comunicação e especialista em Gestão da Comunicação, pela USP. É co-fundadora do negócio social AfroeducAÇÃO e sócia-fundadora da Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em
Educomunicação, onde coordena o Grupo de Estudos em Educomunicação e Relações Étnico-Raciais. Autora de Cruz e Sousa (Selo Negro Edições) e de Carolinas (AfroeducAÇÃO) e co-tradutora de Batidas, rimas e vida escolar: Pedagogia Hip-Hop e as políticas de identidade (Ed. Vozes).

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