Na última semana, no Plenário da Câmara Municipal de São Paulo, foi aprovada a Lei que consolida oficialmente o Programa Imprensa Jovem na esfera da administração pública municipal. O programa, idealizado por Carlos Lima, coordenador do Núcleo de Educomunicação da prefeitura de São Paulo, promove a criação de agências de notícias em escolas do Ensino Infantil e Fundamental da capital paulista, em que estudantes protagonizam processos de criação de pautas, pesquisa e edição de conteúdos midiáticos. A iniciativa teve início em 2005, em uma escola da zona leste da cidade, e atualmente se aproxima da casa dos 100 mil beneficiados na rede municipal de ensino da capital paulista.

A proposta de lei foi apresentada pelo vereador Eliseu Gabriel de Pieri (PSB), mesmo parlamentar que, em 2024, incluiu a “Semana Municipal da Imprensa Jovem – Educom” na legislação municipal referente a datas comemorativas, eventos e feriados da cidade de São Paulo. Agora, a Lei nº 673/2023 institui o programa na Secretaria Municipal de Educação, tendo como objetivo “desenvolver a Educomunicação, potencializando a Alfabetização Midiática lnformacional, a Educação Midiática, o direito à comunicação e à liberdade de expressão, de forma ética e responsável”, como destacado no corpo da produção legislativa.

Ao longo de duas décadas de atuação, o Imprensa Jovem, que se consolidou como um dos mais importantes projetos de alfabetização midiática e Informacional da América Latina, trouxe relevantes contribuições à educação pública paulistana. Vale destacar que, em 2017, o projeto teve uma participação de destaque na elaboração do Currículo da Cidade, quando estudantes do programa participaram da organização da pesquisa “Estudante tem Voz”, a maior consulta pública de educação do país, que reuniu 43.655 estudantes  para apresentar suas visões sobre educação e suas respectivas escolas. No ano de 2020, a Unesco, por meio da  Media and Information Literacy Alliancereconheceu a importância da iniciativa enquanto prática de Educação Midiática e Informacional.

A aprovação da Lei representa um marco importante no ano em que o programa completa 20 anos de atividade, reconhecendo a importância de iniciativas pedagógicas que coloquem os próprios estudantes no centro de sua aplicação. “É uma conquista coletiva da comunidade escolar, dos educadores, dos comunicadores e, principalmente, dos jovens que aprenderam a exercer seu direito à palavra e à comunicação. O futuro da educação pública paulistana se desenha com mais vozes, mais escuta e mais diálogo. E a Imprensa Jovem está no centro dessa transformação. O Imprensa Jovem é um programa com o DNA do estudante. Nasceu da escuta ativa da escola e cresceu como expressão legítima da voz das juventudes”, defende Carlos Lima.

Luís Felipe de Oliveira Scala é graduado em Educomunicação pela Escola de ​Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Por meio do Programa Unificado de Bolsas da Universidade de São Paulo ​(PUB/USP), atuou como colaborador do Núcleo de Comunicação e ​Educação da Universidade de São Paulo (NCE/USP). Em 2022 integrou a equipe de comunicação da então vereadora Erika Hilton, na ​Câmara Municipal de São Paulo.

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