Começou ontem (21), na Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (FAC – UnB) o 10° Encontro Brasileiro de Educomunicação com palestras presenciais e on line para mais de 400 inscritos.

O X Educom iniciou os trabalhos com a solene mesa de abertura conduzida por Ismar de Oliveira Soares, presidente da ABPEducom, Claudemir Viana, coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação da USP (NCE-ECA/USP) e Dione Oliveira Moura, Chefe do Departamento de Jornalismo da UnB.

Na sequência, um vídeo manifesto feito por jovens de todo país foi apresentado. No vídeo, ficou evidente a potência da juventude em espaços educomunicativos. “Para que nós estudantes não sejamos apenas escutados, mas também entendidos”, disse um deles.

Mesa de abertura com Claudemir Viana (NCE-USP), Dione Oliveira Moura (FAC-UnB) e Ismar de Oliveira Soares (ABPEducom) – (Foto: Emanuel Roberto / Memória em Rede)

Para a primeira Mesa Redonda destacou-se o impacto da gestão sobre a natureza dialógica das práticas comunicativas, debatendo em particular sobre os processos de escuta e sua aplicabilidade às práticas que envolvem a juventude e a formação para prestação de serviços à população.

Participaram da primeira mesa do X Educom, Ismar Soares (NCE, ABPEducom), Lilian Romão (ABPEducom), Rachel Trajber (CEMADEN/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), Carina Flexor (FAC/UnB), Renata Othon(FAC-UnB), Carlos Lima (SME-PMSP). O papo foi coordenado por Claudemir Viana.

Oficinas

A parte da tarde foi marcada pelas oficinas educomunicativas conduzidas por Daniele Próspero, Diretora do Estúdio Cais, e Maurício Virgulino, vice-presidente da ABPEducom.

Em uma das oficinas, Daniele Próspero trouxe o jogo “Bora Lá! Juventudes contra as desigualdades”, no qual os participantes puderam conhecer a metodologia educomunicativa aplicada no desenvolvimento do jogo de tabuleiro que tem como proposta gerar e disseminar conhecimentos sobre as desigualdades sociais que afetam as juventudes no Brasil. Além disso, o jogo busca incentivar a realização coletiva de ações de mobilização e engajamento para enfrentar as injustiças presentes em territórios diversos.

Já na outra oficina, Maurício Virgulino trouxe para os participantes a “Trilha dos Saberes”, material que compõe a revista Casa Comum editada pela comunidade franciscana do Brasil. Se guiando por um roteiro de debates, produzido a partir de uma parceria do veículo com a ABPEducom, a oficina pode oferecer aos participantes um momento de partilha e reflexão.

Atividade: “Jogo Antenados” (Foto: Julia Ogashawara / Memórias em Rede)

Jogos

Se as oficinas foram animadas, os jogos mexeram com a cabeça dos participantes do X Educom, principalmente os jovens do projeto “Memórias em Rede” do Instituto Devir de Santos-SP e do projeto “Arena 3 TV” de Sobradinho-DF.

Os jogos “Fato ou Fake” (Fiocruz – Brasília) e “Letramento Publicitário e Educação Midiático” desafiaram os meninos e meninas a refletirem sobre questões sobre saúde e publicidade, gerando debates ricos e complexos de uma maneira lúdica e divertida.

Jogo educomunicativo “Letramento Publicitário e Educação Midiático” (Foto: Lucas Lima / Memórias em Rede)

Além de jogar, os dois grupos se encontraram para uma “assembleia adolescente”, onde puderam conversar e trocar experiências educomunicativas.

O contato entre os jovens foi potencializado com a “Cobertura Educomunicativa” do X Educom. Convidados a acompanharem cada uma das ações do evento, os jovens repórteres narraram, a partir do seu olhar, o que aconteceu no encontro. Você pode acompanhar a cobertura no nosso Instagram.

Outras atividades

Mais 24 Grupos de Trabalho, quatro Painéis presenciais, duas Mesas Redondas on-line e a abertura da exposição Rede Biota Cerradom, no Campus da FAC, encerraram o primeiro dia de X Educom.

Os dois primeiros painéis ocorreram de forma online, no qual o primeiro deles se concentrou para discutir os caminhos percorridos pela prática educomunicativa, tanto em termos geográficos quanto em termos teórico-pedagógicos (articulações entre diferentes tipos de letramentos), envolvendo profissionais, militantes e pesquisadores de diferentes áreas (do jornalismo alternativo, do meio universitário e do campo da educação).

Já o segundo foi conduzido pelo professor Jeime Carill, Director do CELAEC (Centro latinoamericano de Educomunicação e Cidadania) e professor da Universidade Santiago de Chile, participou presencialmente do X Educom no Painel de número 6, no qual apresentou relatos sobre articulação de ações educomunicativas, no âmbito iberoamericano, à luz do projeto pedagógico de Mario Kaplún, contemplando esforços pioneiros de articulação de práticas e de saberes.

Professor Jaime Carill sendo entrevistados pelos jovens do projeto Memórias em Rede, responsáveis pela cobertura educomunicativa do X Educom (Foto: ABPEducom)

O terceiro painel, que ocorreu de forma 100% presencial, teve como foco a apresentação e análise de dois programas articulados a partir da linguagem cinematográfica, tendo como foco os princípios da educomunicação: o Projeto Bem-te-Vi e o projeto ECOCINE. Ariane Porto, fundadora da TAO Produções Artísticas e Mauricio Virgulino conduziram os trabalhos.

O outro, que ocorreu no Anfiteatro já no fim da tarde, foi o painel com foco na apresentação e análise do fazer educomunicativo a partir de decisões vindas de políticas públicas ou de opções institucionais. Foram contempladas políticas públicas do Ministério do Meio Ambiente (em nível nacional), da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos do Mato Grosso do Sul (SEAD-MS) e da Prefeitura de São Paulo (PMSP) assim como projetos educomunicativos mantidos por instituições como a Rede Salesiana Brasil e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A segunda Mesa Redonda, na modalidade a distância, voltou-se à reconstituição e debate da experiência dos professores do Departamento de Comunicações e Artes da ECA/USP que durante as décadas de 1990 e 2000, articularam práticas de “gestão comunicativa”. Já a terceira e última Mesa Redonda do dia analisou a experiências de práticas educomunicativas integradoras, no âmbito da luta pelas igualdades sociais e contou com a presença internacional de Paola Prandini, Diretora Cultural da ABPEducom, direto de Moçambique.

Os Grupos de Trabalho, ou os GTs, foram realizados totalmente de forma remota onde se apresentaram mais de 120 trabalhos no total de forma simultânea. Ao todo serão 10 Grupos de Trabalho, com 47 subgrupos com uma média de cinco trabalhos cada após o segundo dia de evento.

O dia de hoje (22) segue com atividades presenciais e online que você pode conferir clicando aqui

Colaboração: João Vitor dos Santos Ribeiro, Joyce, Karolyne Fernandes, Lua Magalhães, Nalu Cardoso, Nicolas Tomaselli, Wilka Elohá Victoria Martins (Projeto Memórias em Rede do Instituto Devir Educom – Santos-SP / Projeto Arena 3 TV – Sobradinho-DF)

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