O volume de pesquisas sobre Educomunicação evoluíu 200%, nos últimos 5 anos. É o que concluíu, em seu TCC, a educomunicadora licenciada pela ECA/USP, Beatriz Alves, ao analisar as dissertações e teses que constam no banco da CAPES e que contam em seus títulos, resumos e palavras-chave, o termo Educomunicação ou seus derivados (pesquisa com “educomunica*).
A velocidade do aumento da produção foi calculada tendo como referência os dados levantados por Rose Pinheiro em sua tese de doutorado de 2013, que havia detectado 97 trabalhos produzidos entre 2000 e 2011. Hoje são 293!
Outro dado novo constatado por Alves: os centros de pós-graduação em Educação, inicialmente tímidos em relação ao termo, pois seus pesquisadores entendiam que o novo conceito era prioritariamente trabalhado por comunicadores, acabam de condividir o protagonismo da pesquisa na área.
No momento, temos um empate técnico: 127 pesquisas tiveram origem em programas de Comunicação e 125 outras pesquisas advêm da área da Educação, representando, cada caso, porcentagens próximas a 43% da produção nacional. Na sequência, vem a área dos estudos ambientais, com 16 pesquisas, ou 5% do total da produção.
Jovens pesquisadores
Os dados da CAPES não refletem a totalidade do universo da pesquisa em educomunicacão, pois não considera as monografias de cursos de especialização e os trabalhos de conclusão de cursos de graduação (os TCCS).
A importância dessa produção pode ser medida pela qualidade de trabalhos que vêm sendo defendidos ao final de cursos como o Bacharelado com habilitação em Educomunicação da Universidade Federal de Campina Grande e a Licenciatura, da USP. Além do mais, o conceito começa a interessar igualmente estudantes de outros centros de formação em nível de graduação, nas áreas da Comunicação (especialmente Jornalismo) e da Educação.
TCCs sobre Educomunicação
Exemplos recentes da produção de jovens pesquisadores foram três trabalhos defendidos em bancas examinadoras ao longo do mês de dezembro, a saber:
1º. Interfaces entre Educomunicação e educação ambiental: caminhos desenhados a partir de políticas públicas e de teses e dissertações, de Beatriz Truffi Alves (Licenciatura em Educomunicação, ECA/USP, São Paulo, 2017). Orientador: Prof. Dr. Claudemir Edson Viana. 119 páginas. A obra forneceu os dados apresentados no início desta nota.
2º. A educomunicação como atividade de trabalho: Experiências dos estudantes em formação, de Carlos Alberto Maffei Filho (Licenciatura em Educomunicação, ECA/USP, São Paulo, 2017). Orientadora: Profa. Dra. Roseli Fígaro. 110 páginas); e
3º. Educomunicação e sistema preventivo: paradigmas e possibilidades de formação de ecossistemas comunicativos nos ambientes salesianos, de Luiz Fernando Miguel Lopes (Curso de Jornalismo do Centro Universitário Teresa D’Ávila, de Lorena, SP, 2017. Orientador: Prof. Me. Miguel A. de Oliveira Júnior (97 páginas).
Cada um desses trabalhos ganha importância por fornecerem dados inéditos sobre a prática educomunicativa, respectivamente, em três âmbitos distintos: a área ambiental; o exercício profissional dos estudantes em formação no campo e o envolvimento com o tema por uma rede privada de ensino, presente em 70 países dos cinco continentes.
O Prof. Ismar Soares tomou parte nas bancas de Alves e Maffei Filho, na ECA/USP, tendo gravado uma mensagem a ser exibida durante a defesa do trabalho de Lopes, na cidade de Lorena, interior de São Paulo
80 centros de Pós-Graduação abrigam pesquisas na área
Subiu a 80 o número de centros de pós-graduação que abrigam pesquisadores em torno ao tema a Educomunicação. A liderança continua, contudo, com a USP (75 pesquisas), seguida das Federais do Paraná (UFPR) e do Mato Grosso (UFMT), com 21 pesquisas cada uma. A Estadual de Santa Catarina (UDESC) vem em 5º lugar, com 10 pesquisas.
O Prof. Ismar, pioneiro nas pesquisas da área, foi convidado a tomar parte em duas bancas de qualificações de mestrandos em duas universidades fora do Sudeste, respectivamente, nos estados do Mato Grosso e do Rio Grande do Sul, a saber:
1ª. Educação e Comunicação: o projeto educomunicação como estratégia de formação cidadã e de protagonismo juvenil na escola de ensino médio Antonio Ferreira Sobrinho, em Jaciara, MT, de autoria de Elisângela Lopes de Lima Carvalho
A proposta de dissertação foi apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis. Orientador: Prof. Dr. Ademar de Lima Carvalho;
2º. Acervo Circuito Tela Vede: cidade de signos, de Rachel Aline Hidalgo Munhoz.
O projeto foi apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande, na Linha de pesquisa em Fundamentos da Educação Ambiental, tomando como referência teórica o paradigma da Educomunicação. Orientador: Prof. Dr. José Vicente de Freitas.