Professora Claudia Mogadouro. | Crédito: Revistapontocom
A educomunicadora Claudia Mogadouro, sócia da ABPEducom e pesquisadora do NCE-USP, comemora o texto da lei 13.006, que inclui o Cinema Brasileiro como parte do currículo obrigatório de todas as escolas do país, aprovada em 27 de junho no Diário Oficial da União. O projeto de lei teve a autoria do Senador Cristovam Buarque. 

O novo dispositivo altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) no seu artigo 26, que passa a incluir em seu parágrafo oitavo, o seguinte texto: “A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais”.  


Cinema mediado pela educomunicação

Cláudia Mogadouro, em sua tese defendida na ECA, em 2011, sob a orientação do Prof. Dr. Ismar de Oliveira Soares, já apontava esta perspectiva, apontando a Educomunicação como uma mediação possível para o melhor aproveitamento desse potente instrumento que é o cinema, contribuindo para a mudança do paradigma tradicional da cultura escolar. 

A lei recém-aprovada vem reforçar essa proposta, ao permite que, a partir do cinema, a cultura brasileira esteja presente, de forma mais critiva e diversificada, no espaço escolar. Por outro lado, tal iniciativa legitima outras ações educomunicativas, como a prática cineclubista. Segundo Modagouro, existem, contudo, alguns entraves, como: 

  • O reduzido número de escolas equipadas para a exibição cinematrográfica;
  • A dificuldades que os docentes demonstram de usar o audiovisual de forma criativa, na sala de aula; 
  • A falta de conhecimento, por parte dos professores, sobre a diversificada e rica produção cultural brasileira. 


Na opinião da pesquisadora, tais obstáculos poderiam estar sendo superados com a definição de políticas públicas que valorizem o audiovisual e qualifiquem a formação de professores para a implementação de procedimentos educomunicativos no tratamento do audiovisual no espaço escolar. Para tanto, certamente, o novo dispositivo legal oferece uma excelente contribuição.

Claudia Mogadouro escreveu sobre o cinema nacional nas escolas no Portal Net Educação, em que destaca que é importante as escolas apresentarem alternativas à exibição do cinema comercial – que não precisa ser combatido. É preciso “apresentar aos alunos outras linguagens, outras culturas, outros temas e gêneros”.

Em entrevista ao editor da revistapontocom, Marcus Tavares, Mogadouro comenta sobre a nova lei que inclui a obrigatoriedade do cinema nacional brasileiro na educação formal.