NCE participa do 15º Encontro USP Escola, com curso de 40hs. Confira o documento produzido a partir da síntese dos encontros:
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O 15° Encontro USP Escola, programa de cultura e extensão da Universidade de São Paulo que oferece formação durante o período de férias para professores da rede pública de educação começou no dia 15 de janeiro, com duração de 5 dias em turnos de manhã e tarde, totalizando 40hs. A Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP), por meio do Núcleo de Comunicação e Educação (NCE-USP), participa do projeto há 6 edições oferecendo o curso “Educação midiática e práticas educomunicativas”, planejado e ministrado pelos colabores do núcleo, docentes e discentes da Licenciatura em Educomunicação.
Registramos um pouco do que aconteceu por meio de um webdiário em nosso canal no YouTube, que você pode conferir clicando aqui. Também exploramos ações no perfil do NCE no Facebook.
Após ouvir, refletir e debater sobre as falas no auditório, que mostraram a necessidade de se defender o ensino público e buscar melhorias para que se construa uma sociedade menos desigual através da educação, partimos para a sala para começar a conversar sobre o paradigma da Educomunicação, que se mostra um caminho possível para a melhoria da educação pública. Assim como disse Claudemir Viana, organizador do curso, em entrevista para o nosso canal no Youtube, o curso oferece a
“Oportunidade de levar aos professores conhecimentos e práticas em torno da relação comunicação e educação, visando que esses professores possam levar para suas práticas pedagógicas essa abordagem inovadora, que é a da Educomunicação” – Claudemir Viana
Na tarde do dia 15, a aula foi ministrada por Marciel Consani, docente da Licenciatura em Educomunicação, que proporcionou uma vivência aos professores para mostrar o que é possível de se fazer à partir de um eixo pedagógico transdisciplinar, no caso, o das narrativas sonoras, assim como afirma em entrevista ao canal no YouTube. Essa vivência ofereceu uma dinâmica que proporcionou que se pensasse na importância do ato de ouvir, refletir sobre conteúdos midiáticos e vivenciar práticas que envolvam diversas formas de conhecimento, pensando o aprendizado por meio da experiência.
O segundo dia do curso começou com a oficina “Gestão de processos educomunicativos: Educomunicação na cultura digital – usos do Google”, ministrada por Raira Torrico, Denise Oliveira e Juliane Cruz, discentes da Licenciatura em Educomunicação e colaboradoras do NCE, no caso de Denise e Juliane, também bolsistas pelo Programa Unificado de Bolsas da USP (PUB – 2017/2018). Neste terceiro tema do curso, os participantes exploraram as ferramentas do google, em especial o Google docs, para pensar a possibilidade de utilizá-lo enquanto ferramenta pedagógica que possibilita a criação de projetos de modo colaborativo/coletivo online.
No período da tarde desse segundo dia (16) de curso, exploramos e experienciamos a inter-relação entre a Educomunicação e as Artes na oficina ministrada por Maurício Virgulino, arte-educador licenciado em Educomunicação e colaborador do NCE. O encontro começou com uma roda de conversa sobre identidade e representação, foi se desencadeando no pensar sobre o que é a Educomunicação, sobre o que é a Arte e sobre a importância e colaboração mútua que há entre as duas áreas, que assim como falou Maurício Virgulino em entrevista,
“A Arte traz um conhecimento do sensível, um conhecimento de algo que emociona, conhecimento da percepção que a gente tem do mundo. E nem sempre isso é valorizado na escola. Quanto mais a gente trouxer essa questão da experiência estética, dessa sensibilidade para a escola e também para os processos educomunicativos, mais qualidade a gente vai ter nesses processos educativos” – Maurício Virgulino
“O cinema pode contribuir com a construção de um ecossistema comunicativo, se bem usado, de forma consequente, gera debates interessantes, abrindo espaço para se ouvir as vozes dos estudantes, além de poder gerar também futuros cineastas” – Claudia Mogadouro
“A Educomunicação tem muito a contribuir para a transformação do nosso país em uma sociedade anti-racista, uma sociedade que faça valer essa ideia que se passa de que somos um lugar onde todos convivem bem, mas que na prática não é bem assim. (..) Pensar a Educomunicação precisa passar por essas discussões, não dá para se pensar em criar ambientes dialógicos, horizontalizados e democráticos se não levarmos em conta as questões raciais que estão ligadas a esse processo” – Paola Prandini
“Esse curso veio comprovar, mais uma vez, o enorme potencial de construção coletiva. A Educomunicação é isso: a construção coletiva e a participação dos sujeitos aplicados a uma realidade. (…) A Educomunicação tem um enorme potencial para contribuir de fato com a garantia dos direitos humanos de todos e todas, sem exceção, no Brasil.” – Maria Rehder