Alguns dos fundadores da Revista Comunicação e Educação:
Maria Aparecida Baccega, Adilson Citelli, Roseli Fígaro e Cristina Costa

No segundo dia do Seminário dedicado a celebrar os 20 anos de Comunicação & Educação, promovido, em São Paulo, entre 25 e 26 de setembro, pelo Departamento de Comunicações e Artes da ECA/USP, foi lançada a primeira edição totalmente virtual da revista. 

O evento contou com a presença da equipe de intelectuais que fundou e vem mantendo a revista, ao longo das duas últimas décadas, assim como da Gestora do Canal Futura, Lúcia Araújo. 

O volume lançado corresponde ao número 53 da história da publicação. Todos os números anteriores foram digitalizados e encontram-se disponíveis no portal de revistas da USP: http://revistas.usp.br/comueduc/index

Num dos atos do seminário, os editores da revista – Professores Roseli Fígaro e Adilson Citelli – prestaram homenagem à criadora do periódico Maria Aparecida Baccega, bem como às intelectuais que, mesmo sem vínculos formais com a USP, mantêm-se como responsáveis por duas sessões da revista, desde sua fundação: Maria Ignes Carlos Magno (cinema e educação) e Ruth Ribas Itacarambi (atividades pedagógicas a partir de cada edição). 

Educomunicação e Transletramento 

O volume recém-lançado discute a relação entre os conceitos da educomunicação e da mídiaeducação, a partir de textos de Ismar de Oliveira Soares (NCE/USP, Brasil) e Divina Frau-Meigs (UNESCO/SORBONNE, França). O tema repercute na sessão dedicada a atividades com a revista, sob a responsabilidade – há 17 anos – de Ruth Ribas Itacarambi. 

Outro tópico que chama a atenção na revista é a entrevista dada à editora executiva – Claudia Nonato – por Simone Silva Pereira sobre a Escola do MST, tendo como título: “Transformar a sociedade a partir da realidade dos educandos”. 

Na sessão sobre resenhas, o leitor encontra uma proposta de construção de roteiros de pesquisa a partir dos primeiros cinco livros da coleção Educomunicação, da Editora Paulinas. 

Estiveram presentes ao evento, o grupo dos intelectuais responsáveis pela criação e manutenção da revista, liderados pelas Profas. Dras. Maria Aparecida Baccega, Maria Cristina Costa Castilho, Adilson Odair Citelli e Roseli Fígaro. 


Jornalista Lucia Araújo, do Canal Futura fala do projeto Geração Futura Educadores 

Lúcia Araújo: diálogo do Canal Futura com os educadores

A jornalista Lúcia Araújo, gerente geral do Canal Futura, apresentou o veículo de comunicação sob sua direção, informando sobre uma das mais recentes iniciativas: o trabalho de cooperação com um grupo de dois mil professores de todo o país, no contexto de uma prática educomunicativa voltada à formação midiática dos docentes e ao seu envolvimento no levantamento de pautas para o próprio canal, na defesa dos interesses da educação. 

Professor Ismar fala a produção acadêmica em Educomunicação, no Brasil e no exterior.



Pesquisa: 120 teses, em 18 centros de pós-graduação

A pesquisa em educomunicação representou um dos temas abordados durante o Seminário sobre os 20 anos da revista. A Profa. Immacolata Vassalo Lopes ressaltou a importância dos Estudos Culturais e das pesquisas sobre recepção, na América Latina, como sustentação acadêmica do pensamento educomunicativo. Já o Prof. Ismar Soares falou sobre a contribuição dos centros de Pós Graduação do país. Tendo como base os estudos de seus orientandos Claudio Messias (mestrado, 2011) e Rose Pinheiro (doutorado, 2013), Soares lembrou a evolução da reflexão epistemológica em torno ao novo campo a partir da contribuição inicial do NCE/USP, entre 2007 e 2009. Hoje – afirmou – dados da CAPES informam a existência de 120 pesquisas acadêmicas expressamente sobre o tema, produzidas em 18 programas de Pós-graduação, nas áreas de Comunicação, Educação, Psicologia, Ciências Ambientais, Tecnologias, entre outras, em todas as regiões do país. 

A participação proporcional das regiões brasileiras na pesquisa sobre Educomunicação aponta a liderança da Região Sudeste, com 65% das investigações, seguida da Região Sul, com 19,1%; do NE, com 7,5%; do CO, com 6,7 e, finalmente, do Norte, com 1,7%. Os dados da CAPES acrescentam que 83% das pesquisas correspondem ao nível de mestrado e 17%, de doutorado. 

A USP mantém a liderança com a produção de 50 das 120 teses, enquanto a revista Comunicação & Educação aparece como a principal referência entre os periódicos utilizados pelos pesquisadores.