O Ministério da Cultura (MinC) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com apoio da ABPEducom, estão com inscrições abertas até sexta-feira (16) para o curso de formação Caminhos das águas – fortalecendo fazeres e saberes artísticos e culturais. A ação é aberta e gratuita, voltada aos maiores de 16 anos que sejam artesãos, artistas, arte-educadores, educomunicadores, agentes culturais, mestres e mestras de saberes. O curso será realizado entre os dias 19 a 23 de agosto  na  Associação de Auxílio Mútuo dos Oleiros de Maragogipinho (AAMOM), na Bahia. Os interessados devem preencher o formulário eletrônico no link. 

Em uma circulação pelas cinco regiões do país, a ação já esteve em Santarém (PA), Tabatinga (AM), Tocantinópolis (TO), Aquidauana (MS), Monteiro (PB), Aquiraz (CE) e deve seguir, até o mês de setembro para as cidades de Foz do Iguaçu (PR), Janaúba (MG) e Barra do Garças (MT). 

Com o objetivo de fortalecer os saberes tradicionais e o desenvolvimento de projetos culturais, o curso, organizado pela Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), tem o total de 40h, e as aulas acontecem de segunda a sexta-feira, das 16h às 21h. Os inscritos receberão e-mail de confirmação no dia 17. 

Marcadamente considerado o maior polo cerâmico da América Latina e localizado no Baixo Sul da Bahia, Maragogipinho integra a lista de dez regiões pelas quais Caminhos das Águas segue seu fluxo. Entre os tópicos, o curso ajudará a criar cartografias de experiências, saberes e projetos culturais, tratando da relação entre Arte, Educação e Educomunicação. Nesse caminhar, o Laboratório de Elaboração de Projetos proporcionará uma experiência de pensar e planejar propostas que poderão ser enviadas para editais de fomento e premiação em Cultura. 

Pelos rios: cultura, diálogos e juventude 

Para o secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba, o percurso formativo que está sendo desenvolvido na produção de conteúdos e no desenvolvimento de projetos, fortalece os territórios como conexões aos seus processos educativos e culturais.  

“Nesse caminho, rios, afluentes e chapadas ganharam relevo como territórios vitais do projeto. Eles são o mapa do caminho das águas. Daí a presença em comunidades que estão inseridas nos fluxos de rios e chapadas no território nacional. São territórios importantes para o desenvolvimento desses projetos, distribuídos nas cinco regiões do Brasil, compreendendo também a relação entre cultura e natureza como vitais na educação ambiental e para o desenvolvimento sustentável por meio das artes e das manifestações culturais”, aponta o secretário do MinC, Fabiano Piúba.   

Com parceria local da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), o pró-reitor de Extensão e Cultura, Danillo Barata, destaca que a participação da Universidade no projeto reforça seu compromisso com a sustentabilidade e a valorização das comunidades artesãs, ribeirinhas, indígenas e quilombolas. “Ao unir saberes acadêmicos com práticas culturais e ambientais, a UFRB contribui para a formação de cidadãos conscientes e promove a cultura e o desenvolvimento sustentável em seus territórios. Essa integração amplia o alcance e a relevância das ações da UFRB no contexto nacional, consolidando sua posição como uma instituição comprometida com o desenvolvimento social e ambiental”, disse o pró-reitor.

Somando para essa imersão em todo o Brasil, a diretora da AAMOM ressalta que a ação agrega e reforça o diálogo. “Esse projeto será muito importante para nossa comunidade, pois podemos ver a valorização da nossa cultura, e desenvolvimento de e progresso para todos. Isso sem falar que será um marco para as pessoas envolvidas, por se tratar de um projeto implantado no maior centro de cerâmica da América Latina”, destacou a direção da Associação.

Cultura em rede 

O projeto compõe a política de formação artística e cultural do MinC no âmbito do programa Olhos d’Água. Como um dos articuladores nessa fluida missão pelos rios Tapajós, Amazonas, Solimões, Tocantins, São Francisco, Araguaia, entre outros, Maurício Virgulino, coordenador educativo do projeto e vice-presidente da ABPEducom, reforça o caráter da ação.

Fátima Araújo, do município do Congo, na Paraíba, secretária de cultura e participante de um grupo de bacamarteiras, entende o projeto Caminhos das Águas como desenvolvimento social, ” em uma região onde há uma carência muito grande na elaboração de projetos”. A secretária destaca ainda que, em seu município, há grandes fazedores de cultura, incluindo o projeto Cine Congo, como a menor cidade do país a fazer cinema ao ar livre, grupos de coco de roda e uma grande diversidade de músicos e artesãos e artesãs.

“Chegar a diversos municípios do interior do Brasil é desenvolver uma política pública de descentralização de formação em Arte e Cultura, ampliando diálogos com a diversidade de artesãos e artesãs que compõem os nossos rios de Cultura. Em Maragogipinho, estaremos em um local de maior concentração de olarias, ajudando a fortalecer os saberes dos artistas locais”, destaca Virgulino.

Para outras informações, entre em contato com trilhaformativa@gmail.com ou procure na página da UFMT.

Saiba mais: Programa Olhos d’água

  Projeto Caminhos das Águas – fortalecendo fazeres e saberes artísticos e culturais

  Trilha Formativa Educação dos sentidos para fazer sentido: arte como estratégia de comunicação

 

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