A associada da ABPEducom Januária Cristina Alves mediou o evento A Educação Midiática como instrumento de combate ao discurso de ódio e à desinformação” que marcou o lançamento da edição em português do livro “Manifesto pela Educação Midiática”, escrito pelo professor e pesquisador David Buckingham. Realizado no mês de maio, o bate-papo virtual entre o autor da obra, a educomunicadora e a jornalista Manuela D’Ávila tratou de temas atuais. 

Com a proposta de convidar o leitor de identificar os aspectos positivos das novas mídias e, da mesma forma, reconhecer os problemas que com elas surgiram, o conteúdo do livro serviu de base para as participantes refletirem e apontarem para Buckingham as dificuldades no campo educacional brasileiro, derivadas das desigualdades socioeconômicas do país, que implicam em desafios no incentivo à educação midiática nas escolas. 

“Temos muita gente sem internet, sem acesso ou com acesso limitado. São questões muito específicas. O país vai ter que construir a sua política de educação midiática, não tenho dúvidas. Acho muito importante quando a gente tem acesso às experiências de quem já fez, de quem viu o que funcionou ou não”, disse Januária, que escreveu o prefácio da obra. 

“Nesse sentido, acho o Manifesto precioso. É um ponto de partida para iluminar a criação, também, das nossas políticas e dos nossos projetos aqui no Brasil”, considerou a jornalista a respeito de como o livro poderia ajudar o país em mudanças nesse cenário, sobre o qual está inserido o discurso de ódio e a desinformação.

Para ela, a possibilidade do livro ser acessível para os brasileiros e a oportunidade de tratar esse assunto, junto com o autor, trouxe contribuições. “Eu acho que a gente fez uma troca muito interessante, porque o professor pôde conhecer um pouco melhor da realidade. Isso também é importante porque como ele é uma autoridade no assunto, a maior que a gente tenha, ele pode, também, incluir a nossa situação e as nossas questões em suas reflexões e em seus estudos”, afirmou Alves. 

Sobre o livro “Manifesto pela Educação Midiática”

A acessibilidade, também, foi um dos pontos destacados pelo próprio professor David Buckingham, no que diz respeito a escrever o livro em formato de manifesto. “Eu acho que são essas duas coisas: a primeira é tornar os argumentos curtos e acessíveis e, segunda, tentar atualizá-los e modernizá-los [a respeito das questões das mídias sociais e digitais]”, afirma Buckingham. 

A sua vivência como pesquisador e mídia educador motivou o professor David Buckingham a escrever as 135 páginas do “Manifesto pela Educação Midiática”, que chama a atenção para aspectos que fazem parte da cultura digital – Fake News, Cyberbullying e discursos de ódio – chamando o leitor para colocar em prática maneiras de promover e trabalhar a educação midiática. 

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